quinta-feira, 2 de abril de 2015
Verdade despetalada...
Escrevo-te a vontade branca
nas dobras das pálpebras dos meus olhos
enquanto o calendário muda a estação
no tempo curvo do meu entardecer...
E eu mudo…o silêncio em música
e a janela murmura segredos que nem sei
se estou a escutar, mas vejo a semente
a sobrevoar-me os pés em dança…
Acendo a lanterna dos sonhos
e refletem-se os nossos olhos em gestos revertidos
bocas de mar embatendo na maré de orvalho
na planície da minha única razão…
Mas fica-me o sabor na saliva distante
ardendo em espasmos perante as lágrimas enganosas
vigiando a solidão em doses cândidas
enquanto o veneno rasga a fé do nosso coração alado.
Transforma-se a cama na rima
da vida que se quer métrica e meticulosamente correta
enquanto os raios de luz se esbatem,
miraculosamente, na colcha da refeição que se aprimora.
Tenho o usufruto da praia privada dos meus abraços
mas o sorriso é o meu vestido de linho
bordado a licor de esperança
enquanto a tarde adormece nas asas da minha imaginação!
Agora tenho o ato de amor cravado no céu
estrelado das nossas palavras, relento que resgato
à pele no braseiro inundado por ti
na verdade despetalada da minha inocência.
Rosa Alentejana
02/04/2015
(imagem da net)
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