segunda-feira, 27 de abril de 2015

Apenas poesia


Reconheço-te nas palavras entranhadas
nas entrelinhas moldadas pelo teu olhar
e entendo-te favo do mel consagrado
que eu quero tanto provar

Reconheço-te menino doce e ladino
de modos sinceros e sorridentes
transbordando de romance e destino
marcando os meus dias imprudentes

Reconheço-te face da minha face
na vontade da minha vontade
aguardando o desenlace
que nos trará…quem sabe… a felicidade

Reconheço-te as mãos ternurentas
compenetradas na minha pele morena
quando a fome me sustentas
numa louca ousadia serena

Reconheço-te beijo delicioso
nos lábios risonhos do meu dia
encaixe belo e harmonioso
na minha metade da parceria

Reconheço-te pele da minha jovialidade
quando a carícia distante já não me basta
e o que conta é a nossa afinidade
sem regras, sem tempo…que se arrasta

Reconheço-te êxtase pleno e devorado
pelos meus dedos, palavra a palavra, ardente
como o nosso sonho suave e molhado
num ímpeto fogoso e urgente

Reconheço-me taça clandestina e suprema
onde lateja o licor da lasciva fantasia
que bebes na língua que escrevo sem pena
nas metáforas da minha…poesia!

Rosa Alentejana
27/04/2015
(imagem da net)

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