sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Toque ctónico do ser humano
Somos o monstro ctónico à superfície
De um planeta em profunda mutação
Arrasamos oceanos, serras, planícies
Sem respeito por cada época, ou estação
Somos aqueles que sempre sacrificamos
Fauna, flora e toda a nossa natureza
Embora nada tenhamos de humanos
Na verdadeira aceção da palavra, falta-nos pureza
Somos quem fornece belas ofertas
Como incêndios, tempestades e vendavais
Às já evidentes alterações climatéricas
Sem nos importarmos com os demais
Somos os que deixamos as nossas praias
Perder areia e enchemos o fundo do mar
De lixo, e ainda erguemos altas muralhas
Em volta de campos que antes serviam para pastar
Somos aqueles que, de tanto e tanto fabricar
Emitem gazes nocivos para o ambiente
E deixamos as calotas dissolverem-se no mar
Tornando-o guloso pela costa de cada continente
Somos quem se alimenta em excesso
Da fome dos outros, criando lixos e lixeiras tamanhos
Culpando apenas o grande progresso
Como desculpa para os seres humanos
Somos os reis dos derrames de crude no oceano
E do aumento do buraco de ozono
Obrigando a não respirar quem vive um futuro insano
Votando as novas gerações ao abandono
Somos a perfeição da criação do Senhor
Que se tornou perversamente horrível
Que escolheu a materialidade ao amor
Matando a Terra, nosso lar, de forma terrível
Tudo aquilo em que tocamos, morre
Da maleita das nossas mãos
E legamos um futuro que escorre
Contra o tempo curto da previsão
É urgente mudar os argumentos
E a forma de encarar os problemas
Tornando mais simples os pensamentos
Doando amor a tudo, até em poemas!
Rosa Alentejana 15/01/2015
(imagem da net)
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