terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Eterno Florescer



Vem sem lamento, que eu prometo
que tento segurar uma razão
sem que me escape por entre os dedos!

Vem nu de tormentas, que eu prometo
escrever as rimas com que te visto
e ajusto-as com beijos ternos das minhas mãos!

Vem sem pudor, que eu prometo
que te guardo o brilho do consentimento
no cofre vago do meu amor!

Vem sem regras, administrar as vagas de desejos
que em mim despertas,
retomando a boa ordem
que nos teus braços deposito!

Vem e traz-me o alento
de uma madrugada incerta
cravada na memória de um abraço que,
umas vezes me aperta e outras,
de tão laço…me desperta!

Vem e oferece-me o sorriso de prazer
no cálice profano que te entrego, devota…
depois recolhe cada gota de querer
e abençoa o que resta de mim!

Mas vem…

Mergulhar no cetim dos meus lábios
rubros de desejo, sem pejo
que as noites sobejam a cada dia amarrotado
e deitado como papel, por escrever, no rio da vida!

Vem sobrevoar a boca rósea de pétalas,
aberta à volúpia da tua,
na sincronia do voo das vontades, adiadas,
sublimadas pelos poemas que continuo a sonhar!

Vem menino de olhar secreto
embrenhar-te na pele discreta
das promessas que eu não sei mais inventar!

Salva-me a alma, salva-me o corpo
nessa morte sem promessas
do tempo que um dia…
irá florescer!

13/01/2015
Rosa Alentejana
(imagem da net)

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