sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Conjecturas
Não sei que magia tem
a pena que fazes suspirar
no branco do papel
mas tem o poder de desmoronar
o muro construído
no cimo das decisões
do meu olhar
Transcende-me os poros
que ficam a descoberto por cada
traço que sigo
ternamente
com os olhos embevecidos
e a alma desnudada
e acaricia-me em silêncio
num tom de promessa
que me deslumbra
E nas dobras do papel
pedaço de tempo amarrotado
guardas os gestos por fazer
na meiguice das tuas mãos
e entregas serenamente
ao ocaso
esse acaso do toque
em cores por desbravar
São esses farrapos
de felicidade fundida
em nossos lábios
que embelezam a poeira
grudada ao relógio
delator resoluto
das nossas vontades
derramadas nos poemas
incinerados ao luar…
Essa pena queima-me a morna
insensatez crescente
e, qual baralho embaralhado
pelas tuas palavras,
espalha-se em miríades
de cristais cálidos
dentro de nós
num fogo lento
aguardando
o reconhecimento!
Rosa Alentejana
19/12/2014
(imagem da net)
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