sábado, 16 de agosto de 2014
Hediondo
Acredita, meu poeta, nesta verdade
Que escrevo para ti nas entrelinhas
E nelas mostro as saudades minhas
Como o pássaro precisa da liberdade
É nos versos brandos que escondo
O desejo de ti que louco me invade
Quando o início do dia se torna tarde
Para contigo falar, num pulsar hediondo
Deste coração que vive tão apertado
Pelas garras desta imensa solidão
Num misto doloroso de dor e pecado
Como laranja a que roubaram um bocado
E o outro foi lançado, sem remissão,
Para o fundo de um poço escuro e desolado!
Rosa Alentejana
(imagem da net)
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