segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

História que não quis terminar

 

Ela escreve na memória

A história que foi vossa

Não importa se é prosa

Ou quintilha já antiga

Se é poema ou cantiga

Ela sabe-a de cor

 

Conhece-lhe por dentro

O eterno sentimento

Que viveram num raio de luz

Um risco no firmamento

Uma pedra rolando

Uma rosa em contraluz

 

Ela escreve a desventura

Dá-lhe um cunho pessoal

Transforma a doce ternura

Num escuro abissal

Tal como toda a história

Que se conta, é natural

 

Desconhece o que os levou

Àquele banco de jardim

Quando o sol anunciou:

- É tempo de chegar ao fim,

De esta história terminar

Mas a história perdura naquele lugar

 

Cada abraço, cada beijo

Contado por ela o desejo

Não faz jus àquele lugar

Só eles sabem quão fracos

Se sentiram nos braços do seu amar

Até hoje vive a história, que não quis terminar


Felisbela Baião 

(Imagem da internet)



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