quarta-feira, 11 de novembro de 2020
não perdoa
Sopro as palavras da mão
Voam agrestes pelo ar
Ardem na ferida como limão
Gemem esmorecem revivem
O coração a sangrar
São medidas mesmo ao jeito
Do sermão e cabem justas no olhar
Quase a rasgar
São lágrimas a que não vergas
Conheces o som ao cair
Sabes-lhe o perfume e o paladar
Reconheces o erro ortográfico
Mas não as queres rasurar
Desafio o lápis que trazes
A corrigir o poema
A borracha estará pronta
Para apagar a trama, sem pena
Dó ou piedade…
A idade não perdoa!
Felisbela Baião
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