O pio da águia
seguiu céu afora
Guinou para a esquerda
direita agora
E o pato mergulhou
na água sem fundo
Só esse som se escutou
nesse pedaço de mundo
Uma ovelha baliu
remoendo a verdura
E o pastor aquietou o cão
num açoite de secura
A cegonha batendo o bico
numa voz feita de noite
Lembrou que era tarde
e no monte não há quem se afoite
O sol se escondeu
e num meio sorriso
o poeta desapareceu
naquela espécie de paraíso
Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
06/01/2020
Sem comentários:
Enviar um comentário