A cerca que me cerca
e aperta o destino
comprime o espírito
desalinha a luz
quando o sol
está a pino
e a sombra emborca
o corpo e o tronco
amarrado na cruz
e não há cheiro
não há terra nem árvore
ou erva que não seja
caduca porque machuca
a ferida que corre
nas águas tormentosas
meu remanso meu abrigo
meu fardo pesado
de lágrimas de fado
que morre
numa papoila solitária
que desconhece
o perfume da rosa
Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
30/04/2019
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