terça-feira, 30 de abril de 2019

Acerca…


A cerca que me cerca
e aperta o destino

comprime o espírito
desalinha a luz

quando o sol
está a pino

e a sombra emborca
o corpo e o tronco

amarrado na cruz
e não há cheiro

não há terra nem árvore
ou erva que não seja

caduca porque machuca
a ferida que corre

nas águas tormentosas

meu remanso meu abrigo
meu fardo pesado

de lágrimas de fado
que morre

numa papoila solitária
que desconhece

o perfume da rosa

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
30/04/2019

Sem comentários:

Enviar um comentário