domingo, 3 de abril de 2016

Encoberto


Quando a distância era de somenos importância
Havia os grafemas e fonemas em ligações nuas
Em paletas de poemas sobre as pedras das ruas
Formando arco-íris belos de flores em abundância

Depois vieram as sombras concomitantes da ansia
Escurecendo os segredos guardados pelas luas
Trazendo tristezas mergulhadas nas amarguras
Saboreadas com o fel na textura dessa ganância

Que encobre os gestos numa tosca mentira impune
Cravada em alguns versos soltos e algo debilitantes
Escritos nas margens das folhas do negro negrume

Como pérolas lindas e talvez até mesmo luxuriantes
Mas também imperfeitas tal como um extinto lume
Em cinzas vagando como lamentos, toscos meliantes!

Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário