terça-feira, 13 de agosto de 2013

Bom dia!


Esgueirei-me pela janela que dá para o sótão do rio da minha ausência, só para estar perto de ti…
Desci a parede, pela hera crescida com o tempo…e numa corrida desenfreada alcancei o caminho do meu querer!
Soltei as amarras do barco, galguei a amurada em passos largos, remei contra a maré do meu início de dia e fiquei ali. Parada. Em silêncio. De olhos cerrados e lágrimas teimosas. Não as soltei! Apenas libertei algumas lembranças, com a intenção de me aquecer…
Mas não chegou…o abraço do teu calor…
Senti…o estrondo da porta a abrir o meu coração…espreitei, e a dor da saudade abalroou-me como corrente nervosa os pensamentos…
Preciso de ti…segredei com um sussurro, audível demais, nas têmporas da minha solidão!
Despi-me das pressas e arrastei-as pelo chão, num ato de derradeira rebeldia…
Esperei o teu sinal…que ainda não chegou…apesar da loucura do tempo amarfanhar a nossa vontade…sei que ele há de chegar em alguma altura!
Olhei para o ecrã e vi a frase “bom dia”…e foi assim que começou…


(imagem retirada de gruppi.chatta.it)



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