quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sei


Eu sei que não existes.

Mas as minhas palavras continuam
a percorrer o teu corpo, mansamente,
como quem quer guardar a imagem
no espelho da alma, na solidão dos dias
sem horas, sem minutos,
que insistem em passar!

Eu sei que não existes.

Mas os meus pensamentos
ainda te aconchegam, como a mãe
que acolhe no peito o amor do seu filho,
e pede perdão por ter tantas pétalas
de rosa para o cobrir, até ser demais…
tanto carinho no entardecer!

Eu sei que não existes.

Mas a minha memória
ainda evoca os teus olhos, os teus lábios,
as tuas mãos, como se cada parte de ti
pertencesse a uma oração mágica
que eu um dia…miraculosamente,
pudesse vir a ter!

Eu sei que não existes.

Mas a minha boca continua a ser o cálice
que aguarda o licor transbordante
dos teus lábios, como se esse fosse o elixir
que as minhas veias necessitam para um dia…
rejuvenescer!

Mas, eu já sei que não existes!

Rosa Alentejana
04/02/2015
(imagem da net)

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