quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Sabes amor


Sabes amor, todas as minhas palavras
nascem na fonte da tua boca,
tal como todos os suspiros que a noite evoca
se tornam rio correndo
pelas encostas do meu corpo,
contornando cada meandro dos meus sentidos,
já perdidos nas…palavras que depositas
no fundo do meu mar de desejos,
como corais coloridos
pelos beijos que não me dás!

Sabes amor, é no teu olhar que bebo
cada sílaba dos meus poemas,
como se a sede me matasse
mas a fome me desse mais alento
e eu abrisse o livro da vida
e escolhesse nele cada tema para te mimar,
para te afagar os cabelos
com a ternura peculiar da minha escrita…
para te abraçar na brandura quente
das minhas metáforas…
na saudade que não me matas!

Sabes amor, ainda ardo no fogo
aceso do incenso da tua voz,
como se cada um dos tons que usas
me preenchesse as veias de um mel
intemporal que me percorre veloz
sem pedir permissão para se entornar
nas minhas folhas de papel…
por isso, descrevo carícias
na dilatação dos meus versos,
como se esse fosse o nutriente capaz
de florir-me a pele gota a gota
perante a paz que não me dás!

Sabes amor, manténs-me o fluxo
de energia nas minhas quadras…por isso,
peço-te: não ardas
antes de me veres!

Rosa Alentejana
11/02/2015
(imagem da net)

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