quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

As minhas rosas


Desconheço o caminho para onde levaste as minhas palavras. Perdi-as algures entre as tempestades violentas dos oceanos das ruas da tua vida e a calmaria ainda verdejante das searas dos meus olhos…
Eram gaivotas livres roçando os mares de desejos, mergulhando lenta e suavemente na procura desse saciar de fome próprio dos amantes na sofreguidão dos beijos…
Eram pétalas de rosas perfumadas da ânsia dos beija-flores, como se o mel borbulhasse nos olhos, antecipando a saliva espalhada pelo vento, fertilizando os jardins de novos amores…
Eram estrelas cadentes aninhando-se nas constelações dos suspiros, como se os céus vestissem de azul as vontades lunares em reverência por todas as revelações que aguardavam os corações puros…
Eram folhas coloridas de miríades de outonos, amontoadas nas ruas, enfeitando as janelas abertas dos olhos dos apaixonados, augurando o final de todas as partidas, como se existissem, para sempre, apenas as chegadas…
Preciso da primavera das tuas mãos para pincelar de cores as minhas prosas...ou preciso do abraço das tuas palavras para ressuscitar os poemas que te declaro nas minhas rosas…

Rosa Alentejana
05/02/2015
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário