sábado, 18 de outubro de 2014

Carma incondicional


São os teus lábios polpa doce que me ofereces
em sabores cálidos como o desenhar de prosas
nesse jeito manso, tão terno, quando me roças
a pele em beijos delicados, nirvana de benesses!

São os teus dedos os mensageiros das rosas
cobertos do perfume, que é néctar dos deuses,
para a boca que é minha, quando me aqueces
no toque das tuas mãos, em vagas deliciosas!

E sinto-me a benemérita usurpadora celestial
do palácio que ostentas em gemidos sagrados
quando em mim vertes esse teu amor especial…

E somos anjo e demónio numa paixão ancestral
através dos corpos, vestígios pelos dois venerados,
como carma vagaroso, carinhosamente incondicional.

Rosa Alentejana
18/10/2014
(imagem de BERNINI. 1622.
PLUTÓN Y PROSERPINA.
(Detalle))

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