sábado, 23 de agosto de 2014

Linguagem do amor


Perguntas-me o que faço hoje?
Pois bem, não te digo o que faço, mas o que gostaria de fazer.

Gostaria de chegar perto de ti e rasgar-te os verbos, um a um…tocar nos pronomes que me enlouquecem com as pontas dos dedos, senti-los nas faces e beijá-los, enquanto o perfume dessa semântica em tons de lua se instala nos meus sentidos.

Gostaria de aceitar os teus advérbios na surdina da nossa vontade, que arde, arde e queima até não mais poder! Porque me enlouqueces, mas fazes-me viver!

Gostaria que fossem apenas de afirmação as nossas vontades famintas, pois já não sinto o medo que o coração semeia e pinta no carmim da pele, sem tintas…

Gostaria que o teu nome me envolvesse a boca delicadamente, sendo esse sabor o único que o meu corpo sente! Sendo a saliva do desespero a rouquidão benevolente patente nos nossos olhos, implorando pelo vocativo…sussurrando aos nossos ouvidos…

Gostaria de derreter-te enquanto sujeito subentendido nas minhas frases, mas sem vírgulas, para que soubesses como podem ser loucos os beijos vindos do “quase” escondido nas fábulas que tantas vezes fazes!

Por fim, adorava que o teu complemento me penetrasse o campo lexical lentamente, sem verbos auxiliares, para que a oração copulativa se tornasse na melhor explosão de poemas invulgares!

Será que expliquei com clareza ou precisas de mais esclarecimentos?

Rosa Alentejana
23/08/2014
(imagem da net)

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