segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sofrido


Rasgas as folhas
que te amordaçam
sem esperar que haja recolhas

agora atira-as ao vento!

depois aguardas que se desfaçam
na brisa deplorável
do desejo que jamais sacias

agitas o grito inevitável
da morte que adias
por um pouco de alma

num momento nunca existido
presa ao fio que arranhas
chamas a chama

chamas a calma
num instinto perdido,
mas quando olhas…

não há nada

apenas o pesadelo
de cada dia
sofrido.

Rosa Alentejana
07/07/2014

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