sábado, 19 de julho de 2014

A tua própria magia


Rodeio-te com as mãos
num carinho supremo
como se a vida fossem gestos
vãos
e eu te pudesse defender
do mal que tanto temo
Abraço-te com a raiva
que me dão os teus gritos
de tristeza
como se a noite, que nos priva
da luz,
me trouxesse os defeitos
e com ela os teus medos

Eu só quero proteger-te
do desconforto
e insegurança
e tão só orientar-te
como se mais nada
pudesse ficar
na tua lembrança

Mas já não és o menino
que procurava o meu colo
quando desconhecias o destino
e recebias o meu consolo
por um instante
como se a existência
fosse o minuto expectante

Agora vives na tua rotina
e nos dias que passas
longe de mim
nessa espécie de jogo
que te alucina
e que parece não ter fim

Abre os horizontes
que tens ao teu lado
num bafo curado de alegria
transpõe os montes
e as pontes
num passo acordado
à luz da tua
própria magia!

Rosa Alentejana

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